outubro 25, 2004

Esclarecimento

No seguimento de um comentário ao post anterior, aproveito para esclarecer o que, provavelmente deveria ter feito desde o inicio deste blog.
Ele nasceu em Julho de 2003, pela minha vontade única e exclusiva de tentar reunir num único sítio toda a informação possível sobre a Ana Teresa Pereira e na tentativa de criar um 'fórum' de discussão em redor da sua obra. Baseei-me na excelente informação das páginas do Arlindo, nas crónicas publicadas no suplemento Mil Folhas do jornal Público, nas críticas e ensaios publicados na ciberkiosk e em toda a informação que consegui encontrar na web. A todas as pessoas que escreveram na caixa de comentários (e que deixaram um contacto de e-mail válido) pedi uma colaboração activa no blog. Desta forma surgiu a participação da Lídia Pereira. Aproveito para relembrar que o blog permanece aberto à participação de todos, seja de forma activa ou pelo simples envio de textos para a caixa de correio. Reconheço que, quando iniciei o blog, a minha experiência na blogoesfera era nula, pelo que o título do mesmo possa parecer algo egocêntrico. Hoje sei que seria mais sensato chamá-lo outra coisa qualquer e foi também por isso que já há algum tempo lhe coloquei o subtítulo de O Rosto de Deus.
Esclareço ainda que não tenho qualquer relacionamento pessoal com a escritora Ana Teresa Pereira e que a participação dela neste blog é inexistente. Para mais esclarecimentos por favor ver o meu texto datado de 8 de Janeiro de 2004.
Se apesar de tudo ainda houver dúvidas por parte de alguém, acerca da veracidade das minhas palavras e intenções, terei todo o gosto em as confirmar pessoalmente, bastando para tal solicitar um encontro para a caixa de correio.

Um abraço a todos.

Nota: como a caixa de comentários gratuita do backblog só permite 5 comentários, e numa tentiva de aumentar o espaço de discussão deste blog, criei uma nova caixa de comentários no haloscan, sem limite de mensagens, e copiei todos os comentários para lá. O funcionamento é o mesmo, agradeço que de futuro comentem ali.


outubro 21, 2004

ALTA VELOCIDAD-NUEVA NARRATIVA PORTUGUESA

Do post anterior recupero o último parágrafo:

Resta acrescentar que Ana Teresa Pereira, ainda em relação ao seu trabalho deste ano, acaba de integrar a “Antologia do Conto Português”, organizada por João de Melo e publicada também em Espanha, ao lado de grandes nomes da literatura de todos os tempos.


Não sei se a tradução em castelhano é esta, mas pelo menos foi a única que encontrei:


Alta Velocidad
Portugal. 16 escritores portugueses. 16 cuentos. Ésta es la causa de este interesantes y refrescante libro que no debería pasar desapercibido. En su mayoría se trata de buenos relatos y algunos más que buenos de escritores jóvenes del país vecino.
(...)
Hay otras interesantes relatos que se alejan de estos propósitos, como José Eduardo Agualasa con su magistral El cansancio de los inmortales, el bello relato L de Jacinto Lucas Pires, el cómico La conquista suprema de Paulo Moreiras, el motivo hitchconiano El punto de vista de las gaviotas de Ana Teresa Pereira, el rulfoniano Otras historias del hombre de Francisco Duarte Mangas, el relato de tintes políticas Muñecas alemanas de Pedro Rosa Mendes o el policíaco Las lágrimas de Sydney de Francisco José Viegas.Y aún hay muchos más. Debería servir este libro para dos cosas: primero, disfrutar de la calidad y variedad de sus relatos, y segundo, para que los lectores curiosos siguieran investigando libros de estos autores. Es de agradecer proyectos como éste, que den a conocer a escritores que tienen mucho que decir, y más en esta Europa que marcha hacia la intercomunicación social, política y cultural. Y es curioso que sepamos tan poco de nuestros vecinos lusos. Con este libro se demuestra eso que ya se dice en voz alta: que Portugal está creciendo, que a pesar de la precariedad socio-cultural de la que ellos mismos se vienen quejando, tienen muchas cosas que decir y que demostrar al resto de Europa y del mundo (y no sólo la reciente Eurocopa). Una Portugal joven y dinámica se abre camino. Aplaudo iniciativas editoriales como ésta (¿para cuándo otra antología de un país prácticamente desconocido literariamente?).


Vem também este post no "seguimento" de um e-mail da Renata Botelho, recebido n' orostodedeus, que fala da falta de divulgação e distribuição dos livros de Ana Teresa Pereira:


(...)falar-se mais dela, ter-se mais consciência colectiva de que em Portugal há uma escritora de primeira água, e que o seria em qualquer parte do mundo(...) A obra da ATP nunca se transformaria em algo menos luminoso, menos enorme, por ser comprada e lida por mais pessoas. Nunca seria uma escritora de massas, para leitores sem critério ou consumidores medíocres. Continuaria a ser seguida por quem a ama, e por outros mais que a amariam também. E seria mais valorizada. Como muitos dos nomes realmente importantes da história da grande literatura mundial, onde a
obra dela tem toda a qualidade para figurar! (...)


Jornal da Madeira 18-12-2002

Sessão de autógrafos na Livraria Notícias do Funchal - Ana Teresa Pereira com novos livros

Esta é uma oportunidade para se conhecer de forma esclarecida a obra de uma escritora que se impôs na literatura contemporânea portuguesa com uma vasta bibliografia, de quase vinte títulos, onde se incluem contos e romances.

A escritora madeirense que, nos últimos anos, maior projecção conquistou no espaço literário nacional, Ana Teresa Pereira, apresenta hoje ao seu público leitor dois títulos novos: um romance, “Intimações de Morte”, e um livro de crónicas, “O Ponto de Vista dos Demónios”. A apresentação será feita através da sessão de autógrafos agendada para as 17 horas, na Livraria Notícias do Funchal. Uma oportunidade para se conhecer de forma esclarecida a obra de uma escritora que se impôs na literatura contemporânea portuguesa com uma vasta bibliografia, de quase vinte títulos, onde se incluem contos e romances. Os livros agora publicados pela Relógio d’Água Editores inauguram a colecção de autor, o que confirma o talento e a criatividade da autora com outros reconhecimentos já expressos em várias recensões críticas e estudos vários.
Sobre os novos livros, Ana Teresa Pereira falou ao JORNAL da MADEIRA. Das vivências da escrita e da produção literária. Das suas motivações e interesses de leitura.

JORNAL da MADEIRA — “Intimações de Morte”, romance, porquê este título?
Ana Teresa Pereira — O título vem de uma frase de um pintor que admiro muito, Mark Rothko. É um pormenor de um dos seus quadros, em que dizia que, para criar, no caso dele pintar, um dos elementos fundamentais era intimação de morte; havia outros elementos, dez por cento de esperança, por exemplo... Mas sempre gostei desta expressão. Acho que a presença da morte é quase visível na criação, pelo menos na daqueles que se entregam totalmente àquilo que criam. É uma actividade que tem uma relação muito forte com a morte. No caso deste livro, também existe uma relação forte com a pintura, mencionam-se muitos quadros, galerias de arte; e as personagens vivem num mundo em que a literatura, a filosofia e a pintura têm papéis muito importantes; são personagens que tentam viver a vida como se fosse um mito e, dessa forma, manipulam a realidade e os outros, e tudo o que à sua volta contribua para aquele mito. São pessoas que constroem uma história, um mito próprio, e que acabam por ser muito conscientes da realidade exterior porque vivem desse mito, e tudo o que está à sua volta não tem grande importância como pessoa ou como realidade exterior.

JM — Este livro, por outro lado, tem referências filosóficas e situa-se em ambientes ingleses...
ATP — Este livro é o primeiro de dois que se passam em Londres e tem uma relação especial com a escritora e filósofa Iris Murdoch. São dedicados a esta autora, no sentido em que estou a trabalhar na sua filosofia; interessa-me muito os seus escritos sobre o amor e a arte. São temas deste romance e do que irá seguir-se. O próximo livro só existe na minha mente, mas os dois estão unidos pela figura de Iris Murdoch, pelas suas ideias, pelo universo, a sua relação com o mundo, a arte, com Deus e com o amor. De facto, na sua filosofia, o amor era fundamental; ela própria dizia que, se era especialista nalguma coisa, era no amor. E estes dois livros têm o amor como um dos temas centrais.
Neste primeiro livro, “Intimações de Morte”, será um amor um bocado falso, um amor em que falta a tranquilidade, porque o lugar onde vivo, que era tranquilo para o trabalho intelectual, tornou-se impossível devido a um péssimo ambiente que se criou nos arredores. A impressão que tenho deste ano, embora tenha por estes livros o mesmo amor e paixão, não posso deixar de perguntar a mim própria se estes livros não seriam muito melhores se tivesse tido a necessária tranquilidade. De qualquer modo, espero que tenham sobrevivido às situações difíceis em que foram trabalhados.

JM — O próximo romance, já disse, irá respirar o espírito de Londres...
ATP — Acho que as minhas personagens ficam bem na Inglaterra. Londres é uma cidade de que gosto imenso, que tem tudo a ver com o meu mundo interior. Cresci a ler livros de língua inglesa, ou seja, Londres existia em mim muito antes de conhecer a cidade. Faz parte do meu imaginário desde criança. E dá-me um especial prazer escrever um romance passado em Londres, nos campos ingleses... Acho que as personagens se sintonizam bem com a cultura e com a literatura inglesas.

JM — Existe algum interesse em transmitir uma certa mensagem?
ATP — Não. Os livros formam-se por si. O autor tem um certo papel, mas o livro tem existência própria e o único dever do escritor é escrever o melhor possível. O escritor não tem de ficar a pensar em transmitir mensagens. Se os livros acabam por transmitir uma visão do mundo que é a minha e que espero que seja uma visão profunda, muito próxima da realidade, espero apenas que os leitores sintam essa proximidade e possam compartilhar essa visão. Quando estou a escrever, o que me interessa é o livro. Depois, aquilo que o livro faz com os leitores é algo que não me diz respeito. A minha relação é com o livro, não directamente com o leitor.

Resta acrescentar que Ana Teresa Pereira, ainda em relação ao seu trabalho deste ano, acaba de integrar a “Antologia do Conto Português”, organizada por João de Melo e publicada também em Espanha, ao lado de grandes nomes da literatura de todos os tempos.


Vera Luza

outubro 13, 2004

O Sentido da Neve

O novo livro de crónicas de Ana Teresa Pereira, que reúne as últimas publicadas no suplemento MilFolhas do jornal Público, vai ter o nome de 'O Sentido da Neve'.
Este título recupera o da crónica saída no dia 11 de Outubro de 2003.


com a devida vénia de agradecimento à Renata, grande amiga e leitora da obra da escritora que um dia ousou chamar de nossa

outubro 01, 2004

Novidades em primeira mão

A editora Relógio D'Agua tem previsto para Outubro/Novembro de 2004 o lançamento de dois novos livros de Ana Teresa Pereira: um romance com o título de 'Se Nos Encontrarmos De Novo' e um novo livro de crónicas, ainda sem título.

Agradeço a colaboração de Joana Valente (Fnac), Isabel (Relógio D'Agua) e Fernando Guerreiro (Black Son).